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    Camilla Sartorato é a responsavel por este blog. É jornalista e reside em Londrina/PR.Atualmente trabalha na Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (APS DOWN), prestando serviços de Assessoria de Imprensa. Além disso, fez parte da Comissão Organizadora do V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down, realizado setembro de 2008 em Londrina. Contato: camillasbr@hotmail.com

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Pesquisa identifica capacidades motoras de downs

Avaliação foi realizada em outubro do ano passado com 11 alunos do Ilece com idades entre 14 e 30 que não foram submetidas à estimulação precoce
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Texto e Foto: Danilo Felipe

Um artigo acadêmico produzido em outubro do ano passado pela professora de Educação Física Michele Andréa Piquina, avaliou as capacidades motoras de pessoas com síndrome de down, estudantes do Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais (Ilece), que não tiveram a estimulação precoce no início da vida. Os resultados mostraram que, nestes casos, a idade motora dos avaliados foi inferior ao que era esperado.

De acordo com Andréa, que apresentou, neste sábado (dia 27), seu trabalho no V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down, foram avaliados 11 alunos com idades entre 14 e 30 anos. “O objetivo foi identificar as idades motoras de cada pessoa com a síndrome para poder preparar aulas e atividades específicas para cada um”, explicou a professora.

Durante a apresentação do trabalho, ela mostrou os resultados obtidos da avaliação de dois dos alunos, uma menina de 17 anos e um jovem de 21. Em ambos os casos, as idades motoras foram iguais a 4 anos e 3 meses. “É uma característica da síndrome de down um certo atraso no desenvolvimento. Se a pessoa não passa pela estimulação nos primeiros anos de vida, é pior ainda”, analisou.

No entanto, de acordo com Andréa, este quadro vem mudando. “As pessoas avaliadas na pesquisa nasceram em épocas em que a estimulação precoce não era tão divulgada. Hoje em dia, praticamente todas as crianças fazem a fisioterapia corretamente. A mãe já sabe se criança tem síndrome de down no segundo mês de gestação, por isso, ela já vai se preparando para o tratamento do bebê”, ressaltou.

Esse é o tema da próxima pesquisa que a professora vai desenvolver. Conforme ela, a nova pesquisa vai avaliar crianças de 5 a 10 anos de idade que foram submetidas à estimulação essencial na primeira fase da vida. “O objetivo com estas pesquisas é desenvolver a autonomia motora e cognitiva do indivíduo com síndrome de down. Se isso for trabalhado precocemente, a pessoa com a síndrome vai poder desenvolver as características motoras, assim como uma pessoa que não tem down.”

Treinamento prepara hotéis para recepcionar pessoas com Down

Na manhã desta quinta-feira (11/09), profissionais da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (APS DOWN) reuniram alguns representantes da rede hoteleira da cidade para um treinamento especial. O encontro foi realizado no auditório da Associação Comercial de Londrina (Acil) e o principal objetivo do trabalho consiste em informar as equipes dos empreendimentos sobre como agir e abordar pessoas com síndrome de Down.

Na ocasião, estiveram presentes a diretora da APS DOWN, Ana Cássia Jorge Cestari, a psicóloga da Associação, Mariane Barusso e a assistente social, Neusa Hernandes Fernandes. Além dos hotéis conveniados Golden Blue Hotel Express, Cedro Hotel, Blue Tree Premium, Confort Suítes, Tomazi Hotel e LondriStar Hotel.

O propósito do curso é oferecer um bom atendimento a turistas e pessoas com síndrome de Down que participarão do “V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down”. Para evitar o preconceito e constrangimentos a esse público foram fornecidas informações de como recepcionar essas pessoas. A grande surpresa dos participantes foi descobrir que o tratamento deve ser o mesmo dado aos outros hóspedes.

O treinamento foi realizado em parceria com o Londrina Convention e Visitors Bureau, que realiza atividades de estímulo ao turismo de eventos na cidade e região. Para o responsável e gestor de coordenação técnica das ações, Cristiano Feijó, o processo de inclusão social tem mudado a concepção dos hotéis quanto a novas atitudes. “Londrina vai ver que as pessoas com síndrome de Down não são diferentes. Este evento foi um divisor de águas. Muitos hotéis começam a perceber a importância da acessibilidade e adaptação”, comenta ele.

Durante o encontro foram apresentadas as principais causas e características da síndrome de Down. “Atrás da deficiência intelectual existe um ser humano com personalidade, potencial e gostos próprios” destaca Ana Cássia. “A síndrome de Down é um acidente genético e não escolhe idade, raça ou classe social” explica ela. Segundo a diretora, o principal fator do preconceito é a falta de esclarecimentos e informação.

Os representantes dos hotéis presentes participaram ativamente fazendo perguntas e tirando suas dúvidas. “Receba-os de forma natural. É importante tratar a pessoa com síndrome de Down a partir da idade cronológica que ela apresenta. Ou seja, se for um jovem deve ser tratado como um jovem”, explica Mariane ao questionada sobre as formas de abordagem. Para ela, as regras do estabelecimento devem ser respeitadas também pelas pessoas com deficiência. “Quando alguma regra interna do hotel não for cumprida devem ser chamadas às devidas atenções. Assim como é feito com um hóspede comum”, ressaltou a psicóloga.

Londrina sedia V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down

Caracterizado como um evento multidisciplinar, o “V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down” tem como objetivo promover discussões, palestras e workshops para todas as áreas de interesse. O evento que acontece de quatro em quatro anos está em sua quinta edição e pela primeira vez não será sediado por uma capital estadual.

Durante os dias 24 à 27 de setembro de 2008, a Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (APS Down), em parceria com a Associação Reviver Down de Curitiba e com o apoio da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), reunirá especialistas, profissionais e familiares no V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down (CBSD), a ser realizado no Centro de Exposições e Eventos de Londrina.

Segundo a FBASD, cerca de oito mil bebês nascem por ano no Brasil com a síndrome. Conhecida como um atraso intelectual, a síndrome de Down é uma anomalia nos cromossomos, que ocorre em 1,3 de cada 1.000 nascimentos. A carência de informações sobre o assunto tem diminuído, pois a inclusão social destas pessoas é o que estimula a busca de maiores esclarecimentos. Cada vez mais a sociedade vem se conscientizando de como é importante valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer oportunidades para que as pessoas com deficiência exerçam seus direitos.

Com a expectativa de aproximadamente 1,5 mil participantes, o evento tem como objetivo promover a autonomia e a inclusão social das pessoas com síndrome de Down e discutir a conseqüente superação do preconceito e da discriminação ainda existentes. O Congresso, que acontece de quatro em quatro anos, está em sua quinta edição e propõe como tema este ano a “Síndrome de Down: Em busca da

Autonomia”, com o intuito de analisar o caminho para a autonomia das pessoas portadoras.

“A grande quantidade de pessoas sérias e realmente interessadas no assunto é o que motiva a realização deste conceituado evento”, ressalta a pedagoga e moderadora convidada para mesa-redonda com tema “Conquistas Inclusivas na Educação”, Vilma Mello, mãe de Vitória Rita Mello. Para ela, a participação de importantes profissionais com experiências na área, desperta o interesse de todos pela busca de informações e principalmente enriquece a troca de experiências.

A abertura oficial do CBSD acontece às 19h30 do dia 24 de setembro e conta com a participação de diversos convidados, palestrantes e autoridades públicas, entre eles: a secretária de Educação de Londrina, Carmen Lúcia Baccaro Sposti; a secretária de Saúde, Marlene Zucoli; a presidente da Aps

Down e presidente do evento, Elena Mulas Veronesi; o presidente da Reviver Down, Roberto Sekulic; a representante da secretaria de Educação Especial (MEC), Martinha Clarete Dutra; o representante das pessoas com síndrome de Down, Gregório Vicentini; o prefeito da cidade de Londrina, Nedson Micheleti; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Télcia Lamonica de Azevedo Oliveira e muitos outros.

O Grupo de Teatro para Atores Especiais (GTPAÊ) finaliza a noite de inauguração do evento com a apresentação de uma peça teatral baseada no tema principal das atividades, “Em busca da Autonomia”. O projeto que foi criado em agosto de 1997, numa parceria da Universidade Estadual de Londrina e APAE desta cidade, é composto por um grupo de 12 jovens atores, entre eles os alunos da Aps Down, Gregório Vicentini e Ana Paula Tarozo. As apresentações artísticas ganham o nome de “

Momento Cultural” e acontecerão no fim das atividades de cada dia.

Durante todas as manhãs, serão realizados workshops (minicursos) com 2 horas de duração, abrangendo várias áreas temáticas. As conferências serão apresentadas por especialistas internacionais que demonstrarão seus projetos e conquistas, na área da síndrome de Down, realizados no exterior. Já na parte da tarde, as palestras simultâneas baseiam-se sempre em dois temas de interesse e serão apresentadas por grandes especialistas nacionais.

Entre os profissionais convidados encontra-se o ativista da inclusão e coordenador de um grupo de debate na Internet, Fábio Adiron, que terá participação na mesa-redonda sobre “Contribuições Institucionais”.Segundo ele “o grande desafio da inclusão é acabarmos com a sua necessidade. Ponto!”. Defensor de um ideal em que a sociedade que não precise mais ter secretarias especiais, Adiron acredita que “o desafio que temos para realmente termos uma sociedade que seja justa e acolhedora para todos, é o de construirmos outra sociedade, em que os valores humanos sejam mais importantes que o tamanho do saldo bancário ou as demonstrações de status, de posses e de poder”.

As discussões seguem durante as mesas-redondas que serão realizadas no decurso das tardes em dois horários alternativos. Os diversos debates realizados na ocasião serão palcos de discussões baseadas em cinco linhas temáticas: Relações Familiares, Aspectos Pedagógicos, Aspectos Terapêuticos e Clínicos, Políticas Públicas, Artes, Transição para vida adulta e Qualidade de Vida. No total somam 22 mesas-redondas, durante três dias do evento e divididas por área e faixa etária.

Por ser um encontro atípico, seu principal objetivo é reunir especialistas e principalmente pessoas com experiências para contar. Ou seja, não é fundamentalmente um Congresso acadêmico, onde

essencialmente é necessária a presença de só grandes mestres e doutores. A principal diretriz do evento é interagir pais, familiares, amigos, professores, terapeutas, especialistas, autoridades públicas e, claro, os próprios Down, para expressar suas potencialidades, contribuições, novos métodos e descobertas a fim de, cada vez mais, oportunizar a autonomia e qualidade de vida das pessoas com síndrome de Down.

Para a presidente do evento e também presidente da Aps Down, Elena Mulas Veronesi, a possibilidade de ter um encontro onde se reúnam todas as pessoas envolvidas com a Síndrome de Down, permite fortalecer as bases desse processo de inclusão. “Hoje, a grande parte dos pais acreditam que os filhos podem ter uma vida independente como todo mundo: estudar, trabalhar, casar. A participação das famílias, dos médicos, dos terapeutas, dos pedagogos é uma oportunidade única de troca de experiências”, comenta ela.

“Por que não Londrina?”

Pela primeira vez na história da trajetória do evento não será uma capital estadual que irá sediar as atividades. A primeira edição do CBSD foi realizada na cidade de São Paulo, em 1992. Em 1997 o II Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down ocorreu simultaneamente com o I Encontro Latino-Americano sobre Síndrome de Down, em Brasília, com a participação de cerca de 2 mil pessoas. A terceira realização do evento foi sediada na cidade de Curitiba onde também aconteceu o I Encontro de Irmãos. A última edição do CBSD foi desenvolvida em Salvador, em 2004, com o tema “Família: A gente da inclusão”.

Eleitas por votação, as associações de cada região ligadas a FBASD que irão promover o Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down, são analisadas quanto ao seu papel histórico de inclusão social e trabalhos realizados na área da síndrome de Down. A proposta de trazer o evento para a cidade surgiu de Elena Veronesi, participante assídua de todos os congressos anteriores. “Por que não Londrina?”, questiona ela.

Após sua candidatura lançada no ano de 2004, a Aps Down dentre a seleção de associações inscritas, no final do ano de 2007, conquistou a eleição por estar à frente, apresentando um trabalho de inclusão pedagógica diferenciado. A Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down nasceu de um projeto de extensão universitária desenvolvido pelo departamento de psicologia da Universidade Estadual de Londrina – UEL. Esse projeto teve a duração de quatro anos (1989 –1993) e prestava atendimento às pessoas com a Síndrome de Down nas áreas de Fisioterapia, Fonoaudióloga, e Psicologia.

Atualmente a associação atende cerca de 130 alunos, entre crianças, adolescentes e adultos. Contando com mais de 70 crianças incluídas em escolas de ensino regular, a equipe pedagógica acompanha o desenvolvimento dos alunos em visitas às instituições e reuniões com os professores. Além disso, é o único centro de educação especial que mantêm diariamente uma creche municipal.

O Paraná encontra-se num processo intenso de adequação do ensino especial, principalmente na rede regular. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente na região sul, mais de 3,5 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência Cerca de 21 mil escolas fazem parte do projeto de inclusão social, com mais de 1,5 milhão de alunos integrados na rede.

A construção de um projeto político pedagógico, a quebra das barreiras atitudinais e arquitetônicas, a formação continuada de professores e profissionais da educação e as atividades realizadas nos centros de apoio são os aspectos principais deste processo de desenvolvimento da inclusão no estado.

II Encontro de Irmãos

Paralelamente ao Congresso será realizado o II Encontro de Irmãos, onde os filhos terão atividades diferentes de arte e jogos. Este evento pioneiro aconteceu na cidade de Curitiba, no ano de 2000, favorecendo a convivência de pessoas com Síndrome de Down e seus irmãos, professores, oficineiros, jovens voluntários e artistas, totalizando 296 participantes, e oferecendo a possibilidade de novas experiências.

Na ocasião deste ano, serão realizadas oficinas e atividades de recreação divididas por faixa etária. Durante os dias do evento, os ônibus terão saídas marcadas no Centro de Exposições e Eventos às 8:00 horas e a chegada no mesmo local, às 18:00 horas.

As Inscrições no V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down podem ser feitas a partir do dia 18 de agosto de 2008, através do formulário de inscrição disponível no site da Aps Down (www.apsdown.com.br). Dúvida e informações: (43) 3328-8785, ou pelo e-mail: congresso@apsdown.com.br.

Campanha Futuro Criança – Participe!!!!

Uma ótima oportunidade para “fazer a diferença” é participar da Campanha “Futuro Criança” lançada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Londrina. O Fundo Municipal funciona em todo e Brasil e tem como objetivo arrecadar recursos para instituições, associações e entidades. A destinação é abatida do Imposto de Renda, não pesa no seu bolso e você ainda investe em responsabilidade social.

Na cidade, a campanha foi lançada em outubro de 2007, no auditório do Sindicato dos Contabilistas de Londrina (Sincolon). A presidente do CMDCA, Télcia Lamônica de Azevedo Oliveira, em entrevista pra o Jornal Folha de Londrina, prevê uma programação de visitas a empresas e segmentos específicos que destinam recursos ao fundo e, também, o contato com profissionais liberais que já são doadores, a fim de firmar as parcerias novamente.

O Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente trata-se de uma conta gerenciada pelos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, formado por representantes da sociedade civil e do poder público municipal. Os recurso arrecadados pelo Fundo são repassados para entidades registradas no Conselho, que asseguram os investimentos nas crianças e adolescentes.

A conta possibilita receber recursos de pessoas físicas, que podem destinar até 6% do seu Imposto de Renda devido e das empresas que podem abater até 1% do seu lucro real. Além disso, qualquer pessoa pode destinar recursos para o Fundo, com a certeza de que serão bem utilizados.

Na categoria de “destinação direta”, os recursos são distribuídos às instituições de acordo com as necessidades e prioridades avaliadas pelo CMDCA. Já na “destinação casada”, 90% vão para entidade de sua escolha e os outros 10% investidos para o Fundo Municipal, onde serão repassados para outras instituições.

Em vista da facilidade e importância desta conscientização, a Comissão Organizadora do V Congresso Brasileiro Sobre Síndrome de Down, propõe a participação de todos na Campanha Futuro Criança, a fim de, contribui para a realização deste importante e conceituado evento. As Associações realizadoras ( APS DOWN e REVIVER DOWN) por se tratarem de instituições sem fins lucrativos necessitam desta contribuição para remunerar as despesas referentes a realização do evento.

ROBERTO ORTEGA

FOTO: ROBERTO ORTEGA


Como fazer a Destinação?

Para participar da Campanha ligue para (043) 3379-3210, das 9 às 19:00 horas, de segunda a sexta-feira. Será necessário informar o nome da pessoa ou empresa, CPF ou CNPJ, endereço, valor da destinação, o número de parcelas de pagamento e data do vencimento. Após o cadastro você recebe o boleto bancário para o pagamento das parcelas, que podem ser em quantas vezes o contribuinte quiser.

Superstições e mitos fazem parte da memória social

Foto: Roberto Ortega3.JPG

Vovó já dizia que vassoura atrás da porta espanta visitas. Recomenda ter cuidado ao acompanhar um enterro, pois não se deve entrar no cemitério antes do caixão. Nunca tomar banho após as refeições, faz mal à saúde. Passar debaixo de escadas ou quebrar espelho, então, nem pensar! Dá azar. – “Desvira esse chinelo menina!”.

São nas experiências do dia-a-dia, nos sucessos e nos fracassos que se fazem notar o imbatível otimismo do ser humano, em outras palavras, sua vontade de acreditar. Desde tempos remotos os fenômenos da natureza, o respeito pela vida e morte e a não compreensão de determinados eventos naturais e físicos contribuíram para a criação de lendas, mitos e crendices.

Etimologicamente, a palavra superstição vem do latim superstes, que dentre os muitos significados, inclui o de sobreviver. A origem das superstições é incerta, mas existem três principais fatores responsáveis: a religião, o folclore (ou lendas e mitos) e os aspectos culturais de um povo. O primeiro é responsável pelas crendices, manifestadas a partir do temor ao demônio e bruxas, durante a Idade Média.

Para o taroterapeuta, Giancarlo Kind Schimid – responsável pelo site http://www.taroterapia.com.br -, com a imposição religiosa, algumas crenças se misturaram ao paganismo. “Existia o costume de colocar moedas nos olhos dos mortos, antes do sepultamento, particularmente durante a Idade Média e Renascença, era uma forma de sinalizar que para o morto adentrar as regiões crônicas (subterrâneas) era preciso pagar ao barqueiro sua passagem para travessia do venenoso rio Estige”, exemplifica ele em entrevista concedida por e-mail.

Quer garantir muito sol no dia do casamento?Recomenda-se, alguns dias antes, levar ovos a alguma igreja de Santa Clara. É interessante evitar casar em janeiro, para não ter problemas econômicos ao longo da vida juntos. Certifique-se de que os convidados jogarão arroz na saída da igreja, para dar sorte. Não use pérolas no casamento, dizem que elas trazem má-sorte para os noivos. E por favor, jamais deixe que o noivo veja a noiva com o vestido antes da cerimônia.

Assim como é muito mais seguro recorrer às previsões meteorológicas oficiais, do que arriscar um palpite, antigamente, também, as profecias eram deixadas por conta de pessoas as quais se supunha dotadas de conhecimentos especiais. Segue-se daí uma quantidade enorme de superstições conhecidas, que podem ser passadas de pai para filho até hoje.

“Onde há fumaça, pode haver fogo”, é assim que define o supersticioso administrador Mauro Ramos, quando questionado pela permanência de muitas superstições até hoje. “O propósito dos ensinamentos, é apenas para servir de alerta em algumas situações. Acho que essa tradição oral não tende a acabar, pois a grande maioria da população acredita e passa uns aos outros”, avalia Ramos.

Entre os jovens, esses tabus, crendices e supertições não são tão incorporados como antigamente. “Minha avó falava dessas supertições para mim, mas não acredito. Sou católica e minha religião diz que supertições, signos, etc, não são reais e não influenciam em nada. Além do mais, meus pais sempre me falaram que supertições são besteiras”, conta a estudante de agronomia, Márcia Gabrielly Fantin, 19 anos.

A superstições tradicionais, ou seja, as mais conhecidas e profetizadas há tempo, não estão diretamente associadas ao cotidiano das novas gerações tanto quanto antes. Para César Augusto Pifer Makiolke, 18 anos, estudante de jornalismo, a sociedade se encontra “impregnada” destas crendices. “Não sou ligado em coisas muito supersticiosas, não acredito nem em horóscopo. Acho que na realidade tudo acaba tornando-se uma brincadeira. Existe quem tenha até medo, usa arruda ou pé de coelho, mas eu acho bobagem”, diz ele.

Moça que varre bem a casa casará com homem bonito. Fique esperto! Se a mão esquerda coçar é sinal de boas novas. Se for a direita, é sinal que receberá presente. Soluço? Tome água em que se pôs uma faca. Aliás, tropeçar com o pé direito é prenúncio de alegria.

Por outro lado, não é difícil encontrar pessoas que já tenham usado um amuleto – ao menos uma figa -, tenham o hábito de bater na madeira para melhor “isolar” acontecimentos futuros, ouvido dizer que comer semente de goiaba dá nó nas tripas (apendicite), ou que resistam a mistificação da sexta-feira 13. A controvérsia à estes novos ideais, ocorre quando analisamos a lenda, o mito e a saga, não apenas como um relato de um determinado tempo histórico, e sim como recursos capazes de oferecer na sua própria natureza, a possibilidade de falar da experiência humana.

“Alguns crenças se estabeleceram de tal forma, que deram origem a personagens fictícios como os vampiros (que não suportam água benta, a cruz santa, alho, a luz do sol e a Bíblia), conta Schimid.“Tem, também, o lobisomem (que se transforma na Lua Cheia, só é morto com balas de pratas, e é fruto do sétimo filho varão de uma família só de homens)”, completa ele.


Pode parecer estranho, mas há quem acredite que cruzar com gato preto traz má sorte. Até mesmo que olhar no espelho de alguém que morreu, ou abrir os braços em cruz, na porta atrai a morte. E cuidado! Defunto que demora a enrijecer vem buscar outra pessoa da família, brevemente.

Alguns desses mitos populares podem indiretamente conter aspectos verdadeiros, como tomar banho após as refeições, ação comumente conhecida como congestão. Segundo a medicina o corpo precisa metabolicamente de tempo para digerir o alimento e tomando banho, você desvia a pressão sanguínea para outros pontos do corpo, e o aparelho digestivo é prejudicado. Outro exemplo é sair de peito aberto durante uma tempestade elétrica. A ciência já provou que a eletricidade procura se conduzir pelo ponto mais alto num descampado.

As superstições fazem parte de muitos atos da vida do homem e variam de lugar pra lugar, cultura para cultura. Em sua maioria, servem para intimidar ou alertar. Uma forma de manter as crianças sob controle ou fazer com que o povo aprofunde sua fé, “Muitas dessas crenças se estabeleceram particularmente nos primeiros 1500 anos de nossa era e as mantemos até hoje, passadas de geração para geração”, diz Schimid. Essa tradição oral, transmitida até os dias hoje, atua como meio de preservação de histórias e contribuem para memória social e coletiva. “Toda manifestação simbólica tem seu valor e não deve deliberadamente ser extinta ou anulada”, completa ele.

Tratamento homeopático é utilizado no combate à depressão

Médicos e psicólogos, cada vez mais, estão encaminhando pacientes a especialistas em medicina homeopática para auxiliar no tratamento contra depressão

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Foto: Roberto Ortega

Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever os sentimentos.Todos se sentem “para baixo” de vez em quando, e tal sentimento é normal.A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer, e que exige tratamento.O tratamento homeopático, por sua vez, visa estimular o organismo a reagir. Pelo fato de não produzir efeitos colaterais, a maioria dos profissionais médicos, vem buscando a medicina homeopática como complemento ao tratamento depressivo.

A homeopatia, comumente confundida com tratamentos a base de ervas, chás e produtos naturais, foi criada pelo médico alemão Samuel Hahnemann, em 1796, com o objetivo de oferecer aos pacientes um tratamento rápido, seguro e duradouro em relação aos tratamentos médicos da sua época. “A homeopatia veio tratar o doente e não a doença”, complementa a médica Drª. Rosana Ceribeli Nechar . O medicamento homeopático a ser utilizado pode ser de origem vegetal, mineral ou animal, e é administrado em doses muito diluídas, preparadas através de uma técnica exclusiva da farmácia homeopática.

A reação à medicação homeopática é imediata, o que contraria o conceito popular de que a ação do remédio homeopático se da em longo prazo. Para a depressão, nesse caso, como uma doença que compromete o físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento, é provável que o efeito da homeopatia seja mais rápido do que o efeito de um antidepressivo. “ A homeopatia tem seus limites sim, mas é mais uma boa opção no que se diz ao tratamento da depressão”, argumenta a psicóloga Maria Cecília Malaquias.

O tratamento homeopático é uma especialidade médica, e os profissionais habilitados a prescreverem medicamentos homeopáticos são médicos, veterinários e dentistas. Esse tratamento, conta também, com o custo do medicamento, que por sua vez é mais acessível, em comparação ao medicamento industrial.

Em Londrina, encontra-se o Curso de Especialização em homeopatia de Londrina (CEHL), promovido por um grupo de homeopatas do departamento de Homeopatia da Associação Médica de Londrina, com o objetivo de fortalecer o município como pólo regional na área de Homeopatia, e completando 25 entidades de especialização em medicina homeopática no Brasil. Contando com o apoio da Associação Médica Homeopática do Paraná, o CEHL é dirigido a médicos, médicos veterinários, farmacêuticos e cirurgiões dentistas.

Na cidade, também, o Hospital Universitário (HU), conta com as atividades de especialistas em medicina homeopática, já faz quatro anos.O atendimento é realizado semanalmente, e é prestado à toda população.O pacientes são encaminhados, geralmente, pelos postos de saúde, como também pelos médicos que trabalham no hospital, ou procuram o serviço por conta própria.Os interessados pelo tratamento homeopático devem procurar a secretaria do HU e agendar um horário.

Jornalista não aplaude. Jornalista registra

“Jornalistas não devem aplaudir. Devem manter as mãos ocupadas com os seus blocos de anotações, gravadores e microfones. Não devem tampouco vaiar. Devem manter a boca ocupada fazendo perguntas incômodas aos poderosos…”

( Luiz Weis, Jornalista, pós-graduado em Ciências Sociais pela USP)

Leitura/Roberto Ortega

Foto: Roberto Ortega

Não é nenhuma novidade, jornalistas transgredirem à ética da profissão, ou não darem “o bom exemplo”. O jornalismo é assumido como uma atividade de mediação, sendo a neutralidade uma pré-condição do trabalho jornalístico, deste modo, a falta de imparcialidade e objetividade, muitas vezes, acarretam em notícias “frias” e manipuladas. Proporcionar a informação principal para o debate dos assuntos públicos, informar o leitor para que ele possa tomar decisões fundamentadas e proteger os direitos do indivíduo são fundamentos primordiais para um bom exercício da profissão.

A neutralidade e a imparcialidade, assim, diferentemente de outras teorias, não são apenas pré-requisitos para apurar a veracidade do relato, mas parâmetros para se avaliar a credibilidade dos profissionais e das empresas do jornalismo. O cumprimento desses princípios, embora sejam critérios possíveis, não resulta em um trabalho fácil no dia-a-dia. Rodeado por uma política editorial, o jornalista pode ser pressionado e limitado no interior de seu meio, assim sendo, cabe ao qual, garantir seus valores éticos e seu profissionalismo.

Pessoas com síndrome de Down vencem barreiras

As pessoas com síndrome de Down podem exercer tarefas cotidianas normalmente. O convívio social de crianças, adolescentes, jovens e adultos com síndrome de Down é encarado cada vez com mais naturalidade. Hoje existem crianças com esta deficiência em salas de aula, fazendo suas atividades sozinhas, e nas associações de apoio, se vê inovações para que a sociedade possa tornar-se, enfim, inclusiva

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Fotos: Roberto Ortega

Segundo, a Federação Brasileira das Associações de síndrome de Down, cerca de oito mil bebês nascem por ano no Brasil com a síndrome. Conhecida como uma das deficiências intelectuais mais freqüentes, a síndrome de Down é uma anomalia nos cromossomos, que ocorre em 1,3 de cada 1.000 nascimentos. A carência de informações sobre o assunto tem diminuído, pois a inclusão social destas pessoas é o que estimula a busca de maiores esclarecimentos. Cada vez mais a sociedade vem se conscientizando de como é importante valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer oportunidades para que as pessoas com deficiência exerçam seus direitos.

A síndrome de Down apresenta comprometimento intelectual, motor e de linguagem em níveis diferentes. Normalmente a criança com essa síndrome, têm a seqüência de desenvolvimento semelhante às crianças sem a síndrome, contudo é alcançado em ritmo mais lento.

O nascimento de uma criança com síndrome de Down, inicialmente, provoca insegurança e incerteza nos pais, pois há muita expectativa quanto à vinda de um bebê, e os pais sempre esperam que seus filhos nasçam com saúde. “No começo pensava que minha filha nunca ia poder andar e nem falar, foi o que caiu na minha cabeça quando fiquei sabendo que ela tinha a síndrome”, conta Nilza Ferreira, mãe de Júlia Vitória dos Santos, 1 ano e 8 meses.

No entanto, a pessoa com síndrome de Down mesmo com suas limitações pode exercer tarefas cotidianas normalmente, e à medida que a situação é esclarecida, a maioria dos pais supera esses sentimentos. “Agora estou vendo, que ter uma criança com a síndrome de Down é algo natural. Ela é a alegria da casa, a tratamos como uma pessoa normal”, completa Nilza.

As escolas de ensino regular têm relatado experiências, cada vez mais, bem-sucedidas de inclusão educacional. O encaminhamento, grande parte das vezes, é realizado por grupos de apoio pedagógico que acompanham o rendimento dos alunos e auxiliam os professores. Em Londrina, se destaca o trabalho realizado pela Associação de Pais e Amigos de Portadores de Síndrome de Down (APSDown), que já existe há 13 anos.

A partir da iniciativa de um grupo de pais londrinenses, a APSDown surgiu para oferecer às pessoas com síndrome de Down um atendimento multidisciplinar. A associação conta hoje com 123 alunos, de zero a 60 anos, e com cerca de 32 profissionais, desde assistentes sociais e professores a serviços médicos e motoristas.

Com 60 crianças incluídas em escolas de ensino regular, a APSDown acompanha o desenvolvimento dos alunos, periodicamente, em visitas às instituições e reuniões com os professores. O processo de acompanhamento educacional é parte essencial no desenvolvimento dessas crianças. “Elas precisam desse acompanhamento diferenciado, pelo menos no início. Precisam ser trabalhadas de uma forma especifica para conseguir um desenvolvimento que as outras crianças conseguem”, explica a professora Valdenir Poli, que trabalha com educação especial.

Segundo ela, quando este trabalho é realizado com consciência e exposto com naturalidade nas escolas, a criança tende a evoluir de maneira tranqüila. Um dos grandes objetivos da educação infantil é fazer com que a criança seja mais autônoma na sala de aula e adquira autonomia em sua vida social.

SAÚDE

Com melhores condições de saúde, a pessoa com síndrome de Down pode ter uma melhor evolução física, resultando em uma maior independência. A intervenção precoce, que significa o tratamento desde os primeiros meses de vida, proporciona que a criança aperfeiçoe suas ações.

Na fisioterapia, é auxiliado o desenvolvimento motor mais próximo possível da idade cronológica, e se estimula que a criança descubra o prazer do movimento e como se movimentar no espaço de diferentes formas. “A síndrome de Down proporciona um retardo no desenvolvimento motor, mas auxiliando a criança a vencer essas etapas de desenvolvimento é possível evoluir de maneira mais adequada”, explica a fisioterapeuta Flávia Garcia Ramos Silva, especialista em Fisioterapia Ortopédica, Traumatológica e Desportiva.

A partir da fonoaudiologia, também, é possível ser realizada a estimulação precoce. Os recém-nascidos com síndrome de Down apresentam muita dificuldade na sucção e movimentos imprecisos da língua, além dificuldades na comunicação.

A fonoaudióloga Ana Carolina Vicentini, especialista em Linguagem, explica que é realizado o trabalho de estimulação auditiva, estimulação de linguagem, e conforme a criança for adquirindo a fala deve-se estimular também a articulação. “Cada criança tem um limite, algumas têm mais facilidades, outras têm menos. A expectativas dos pais é sempre grande. É preciso respeitar o processo da criança”, diz ela. A fonoaudióloga fala também que ainda existe um pouco de preconceito, mas a aceitação está maior. “Hoje os professores tomam a liberdade de vir até nós, tirarem suas dúvidas”, conta ela.

MAS, O QUE É A NOTÍCIA?

Fabi / Foto: Roberto Ortega

Modelo: Fabi / Foto: Roberto Ortega

Perguntava-me na última quinta-feira. Não adiantava recorrer aos dicionários, a definição era sempre a mesma: comunicar, transmitir; tornar conhecido, público. E o que é comunicar, transmitir uma notícia? Qual a prioridade dos assuntos? E o que é esse público? Tornar conhecido? Será que é tudo o que EU ACHO de interesse público? Mas, quem é esse publico que se interessa pelo que eu escrevo?

“Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta interesse do público a que o jornal se destina”, dizem uns. Então eles que expliquem, o que é esse fato novo? É algo inusitado, jamais visto? Ou algo que aconteceu a pouquíssimos instantes? E como é decidido o que vai despertar o interesse do publico? Nesse sentindo, dizer que a Tati Quebra Barraco ameaça posar nua seria uma extraordinária noticia, por um dos motivos. No entanto, é impossível esse “incomum” e “inusitado” aparecerem a todo instante. Nem sempre o mundo se move por linhas absolutamente novas, novíssimas, nem tudo é “bomba”! “Bomba”! Como desejam os editores, os professores.

Definir a notícia como tudo aquilo que seja novo, diferente e polêmico é , no mínimo, perverter a informação. Tanto porque, quem determina o que é interessante é o próprio leitor, receptor da noticia. E dificilmente alguém pergunta se o que ele procura são noticias sensacionalistas e que de nada tem a acrescentar.

“Ah…mas certos assuntos são batidos, sem sal”, dizem outros. Sem sal? Sem sal me remete a algo sem novidade, sem tempero, pra não dizer sem graça. Mas, por que sem novidade? Por que sem graça? Uma reportagem não pode tratar do mesmo assunto que alguém tratou há dois dias atrás? Não se faz necessário este assunto? Ou não tem importância por não causar impacto, só instruir o leitor? Alguém pode se interessar! Talvez, a intenção da maioria é ver notícias positivas, ou mesmo continuidade de outras. Ainda assim, tem mesmo que ser só assunto novo?

O sensacionalismo que expõe e divulga determinada matéria ou acontecimento de forma espalhafatosa e exagerada e, que serve de modo “idiota” pra divertir, já fez sua vítima, uma sociedade que se cala diante de tanta “asneira” e manipulação. Não há muito que explicar, ou considerar neste caso, o fato se resume em oportunismo e falta de ética.

Falta de ética, de quem? Do jornalista ou do leitor? De um modo geral, o jornalista não ama ser criticado ou censurado. O leitor, por seu lado, espera aceitação automática da sua eventual razão de queixa – e verificar que tal não sucede não aumenta a sua estima por ele (jornalista). Assim, o jornalismo só faz sentido quando se relaciona com a sociedade.

Mas, então, o que é a noticia? Existe preocupação com o leitor? Notícia é aquilo que o editor no poder disser que é. Pareço radical, eu sei! Faço parte da minoria dos jornalistas (ou futuros jornalistas) que pensam haver um crescente divórcio entre jornalismo e sociedade. Algo que não transparece nos jornais ou nos inquéritos de opinião porque, como corporações que são, os jornalistas não se questionam muito a si próprios e, se o fazem, não o transferem muito para o conhecimento do leitor.

Não precisamos descer a tais ângulos de diferenças. Mas, se o jornalista, o professor, o editor e o dono do jornal, decidem por si só a utilidade e relevância de determinada notícia – ou assunto – a omissão e ausência dessa notícia e discussão é a exata noção da indiferença e falta de ética e profissionalismo que vivemos.

Bem lembrado!

Reinterpretação do texto: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=740

Urariano Mota
La Insignia. Brasil, agosto de 2005.

Imparcialidade na imprensa: Mito ou Princípio?

Fabi / Foto: Roberto Ortega

Modelo: Fabi / Foto: Roberto Ortega

“Deus não nos deu o dom da imparcialidade”. A frase é do jornalista Ancelmo Gois, colunista de O Globo e comentarista da TVE, em entrevista para o site Canal da Imprensa. Há quem acredite que a mídia não consegue ser imparcial e, no entanto, quem defenda a fiel reprodução dos fatos.

É já evidente que na tentativa de buscar a imparcialidade e a objetividade – princípios fundamentais da profissão – deve-se sempre procurar eliminar seus “preconceitos”. Após muitos anos de discussão, os jornalistas, conseguiram formular um código explícito e formal de ética que determina o compromisso fundamental do jornalista com a verdade dos fatos, e que seu trabalho se paute pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação.

O exercício da objetividade e imparcialidade, levado às circunstâncias da produção jornalística, é algumas vezes motivo de contraditórias opiniões. Os mais radicais defendem o pressuposto de que não existe imparcialidade na nossa profissão, e que o jornalista será sempre parcial, porque não consegue descrever os fatos sem colocar uma dose do que ele pensa, do que ele sente, torce e etc.

Essa visão vai além quando se trata da fonte. Para o jornalista Heródoto Barbeiro, apresentador de jornal na TV Cultura e na Rádio CBN, em entrevista para o Núcleo Piratininga de Comunicação, não se faz jornalismo sem se fazer vítimas, porque só é notícia aquilo que provoca uma certa reflexão, um certo eco social. “Quando você fala de alguém, para o bem ou para o mal, aquilo mexe com a vida da pessoa. Então é vítima no sentido de que tem um certo reflexo”, diz ele.

Alcançar a fidelidade dos leitores por meio exclusivo da neutralidade, para os mais descrentes, parece, de modo crescente, ineficaz. “Devem as notícias refletir a realidade como um espelho? Não, mas não porque não devam, é que não podem”, diz Gonzalo Peltzer no livro Periodismo con Pasión (Editorial Ábaco, Buenos Aires, 1996). Nesse contexto, acredita-se que a objetividade e a imparcialidade são cada vez mais insuficientes à sobrevivência de um jornal ou meio de comunicação.

Em outro extremo estão os mais idealizadores, que propõem um jornalismo sério e de compromisso com a verdade. Em geral, entre as características mais valorizadas da profissão está a de saber tratar os fatos de maneira imparcial, distanciando-se do acontecido. Com o intuito de melhor servir o público a que se destina o jornal, a mídia deve passar informações verídicas e não tendenciosas sobre os acontecimentos, a fim de que os leitores façam seu próprio julgamento.

De fato, o jornalista desempenha um importante papel na sociedade, e é de sua responsabilidade o conteúdo da mensagem publicada e sua repercussão.O jornalismo é ele próprio um construtor da realidade, assim, é indispensável que está realidade transferida para o papel seja a mais objetiva e convicta possível.